terça-feira, 22 de maio de 2007

Meu Maior Amor Que Não Foi Amor

Eu estava vivendo uma História de Amor. História de Amor com letra maiúscula, daquelas que rolam nas novelas, ou daquelas que a gente ouve quando é criança e é chamada de “conto de fadas”. Com direito a muitos suspiros, muitos frios no estômago e muitas emoções. Mas acabou.

E não acabou porque o cara me deu um fora ou porque desinteressei da pessoa. Acabou porque descobri que eu não estava vivendo uma História de Amor com outra pessoa. Estava vivendo comigo mesma. Depois de tanto tempo sozinha, estava sendo ótimo ouvir o quanto eu era especial para outra pessoa. Estava sendo ótimo ouvir que sentiam saudades de min. Estava sendo ótimo receber as mensagenzinhas de texto que eu estava recebendo no celular. Estava sendo ótimo me sentir gostada. Me sentir ótima por estar sendo realmente ótima para outra pessoa.

Ótimo, mas de repente percebi que eu não sabia se a outra pessoa era ótima para mim. Um cara de quem eu havia me tornado amiga, e que depois de um mês de amizade me admite que gostava de mim, um dia antes de ele viajar por tempo indeterminado para fora do país. Um cara que lotou a minha caixa de mensagens do celular nos primeiros dias, que respondeu cada um dos emails que eu enviei depois que ele foi embora. E que um dia não respondeu mais, o que me deixou muito triste. Mas não estava sofrendo tanto quanto era de costume... E aí descobri. Não era uma História de Amor porque não tinha nem dado tempo para poder falar em amor.

Era o script perfeito de uma história de amor. E como eu me entreguei a ela! Com unhas e dentes. Pensei, “esse é o tipo de coisa que acontece nos filmes! É o tipo de coisa pela qual esperei minha vida inteira!”, e já pude visualizar cenas apaixonadas de reencontros em aeroportos. Escrevi um email falando sobre meus sentimentos, que aos olhos de desinformados poderia passar mesmo por um Email de Amor. Mas hoje percebo que não era de amor, não.

Era um Email de Carência. Carência por estar sozinha, carência por estar há tanto tempo sozinha, carência por estar há tempo demais sozinha. Era um Email de Saudades. Saudades de gostar de alguém, saudades dos frios no estômago, saudades dos loopings emocionais. Era um Email de Vontade. Vontade de ouvir de alguém as coisinhas fofas que eu ouvi, vontade de ter em quem pensar, vontade de dormir e acordar pensando na pessoa.

Não era um Email de Amor. Mas aos olhos de desinformados poderia ter passado por um. E aos olhos dele, do meu Amor que não era Amor, pode ter parecido um. E pelo visto meu Amor que não era Amor se assustou, e não me respondeu. E eu fiquei esperando... e a resposta não veio.

Mas eu sofri só um pouco, o que é bastante significativo em se tratando de uma escorpiana. Não achei que fosse morrer, não fiquei deprimida e nem tive vontade de me mudar para a China. Fiquei um pouco chateada, é verdade... Mas chateada por mim, por não ouvir mais coisinhas fofas e nem receber mais mensagenzinhas meigas no meu celular. Fiquei morrendo de saudades de ter em quem pensar. Fiquei morrendo de vontade de ter um Amor. Mas um Amor que seja Amor mesmo.

Mas olha... apesar de tudo, esse vai ficar prá minha história, e tem lá seu mérito. Porque foi o maior Amor que não foi Amor que já tive na vida...
Março de 2005

Um comentário:

Anônimo disse...

AHHH o amor. demais interessante. vejo que estar amando é melhor que amar, mas ser amado nos deixa seguro e confiante.. enfim mostras que o amor é imprecindivelllllll...